A HISTÓRIA DA BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA

Compartilhar

 

Adquirir um exemplar de cada manuscrito existente entre todos os povos da terra” era uma das finalidades da maior e mais notável biblioteca do mundo antigo, a Biblioteca de Alexandria.

A construção da biblioteca foi fruto de um processo cultural que se originou da integração de valores distintos dos mundos grego, persa e egípcio.

Com a morte de Felipe II, assassinado por parte da aristocracia, o seu filho, Alexandre, assumiria o governo da Macedônia.

Numa série de investidas militares, Alexandre e seu exército passaram a derrota e ocupar o território persa, dentre eles o porto de Tiro, considerado como um dos principais centros do poder marítimo persa.

Após esse momento de conquista, Alexandre marchou para um dos maiores territórios dominados pelos persas desde 525 a.C., o Egito, conquistando-o, mas não sem resistência.
Em seguida, a Babilônia, também governada pelos persas, foi tomada e conquistada, possibilitando o próprio Alexandre de ser o imperador dos persas. 

Foi dentro desse processo histórico de dominação e de um império marcado por um forte poder centralizado que a Biblioteca de Alexandria surgiu.

Após a conquista das regiões já mencionadas, houve, por parte do novo imperador macedônio, a criação de 33 novas cidades, centros comerciais e, sobretudo, de difusão cultural, e o mais notável dentre elas foi a cidade de Alexandria, localizada no litoral norte do Egito.

Com cerca de meio milhão de habitantes por volta de 200 a.C., a cidade de Alexandria presenciou a construção de um dos maiores centros de cultura já existentes na história humana.

Fundada no século III a.C., a ideia de construir uma biblioteca de grande porte na cidade de Alexandria veio de Ptolomeu I, que governou a região do Egito logo após a morte de Alexandre, O Grande.

Somado a isso, é importante mencionar que a biblioteca de Alexandria foi mais do que um lugar repleto de manuscritos; foi também um importante centro de pesquisa, contendo cerca de aproximadamente dez laboratórios, em que frequentavam diversos estudiosos de diferentes áreas: Astronomia, Matemática, Geometria, dentre outras.

A biblioteca de Alexandria desempenhou um papel fundamental no campo intelectual como um todo e, especificamente na filosofia, o centro cultural rivalizou com a Escola de Atenas.

Como forma de incentivar esse centro cultural, a biblioteca contou com mais de 400.000 rolos de papiro podendo chegar até mesmo a meio milhão de manuscritos, conforme aponta alguns historiadores do período, contendo, por exemplo, obras de grandes pensadores da antiguidade, como Sócrates, Platão, Homero, entre outros.

Esse acervo riquíssimo de papiros e manuscritos atraiu diversos estudiosos influentes não só para a época estudada, visto que muitos trabalhos escritos por eles continuam tendo sua importância até os dias atuais, como as obras de astronomia, geometria, etc.

Dentre os frequentadores da Biblioteca de Alexandria estavam: Zenódoto de Éfeso,Camímaco,Euclídes de Alexandria, Arquimedes,Dionísio de Trácia,Ptolomeu, Hiparco,
Apolônio de Rodes,Eratóstenes de Cirene,dentre outros estudiosos.

É fato que a Biblioteca de Alexandria foi incendiada e muitos manuscritos importantes foram totalmente destruídos e queimados.Contudo, as causas de tal acontecimento ainda são discutidas pelos estudiosos – e claro, como em todos os casos, existem muitos “mitos” em torno deste evento.

Por ser um assunto bastante controverso e inexato, é difícil chegar a uma conclusão única e acabada do incêndio à Biblioteca de Alexandria; entretanto, a hipótese mais aceita por historiadores é a de que as causas de tal incêndio foram sendo geradas gradualmente até atingir o seu estopim e seu principal suspeito: o imperador Júlio Cesar.

Atualmente, os únicos vestígios da Biblioteca de Alexandria são as suas ruínas e alguns túneis do Serapeu (Templo de Serápis) em que foram guardados alguns manuscritos pertencentes à Biblioteca. 

Os vestígios existentes apontam para fragmentos não só da Biblioteca, mas do Museu e de alguns espaços circundantes ao centro intelectual da cidade.

A Biblioteca de Alexandria não deve ser lembrada apenas por sua destruição, mas por sua reconstrução também. 

De modo a imortalizar a biblioteca de Alexandria, o governo egípcio decidiu construir na cidade de Alexandria a Biblioteca Alexandrina, no ano de 2002. 

Mas a ideia de reconstruir a biblioteca surgiu pela primeira vez no ano de 1974 e foi gradualmente amadurecida e sistematizada.

Foi edificada no mesmo local em que havia sido erguida a Biblioteca anterior.

A nova biblioteca ocupa um edifício de dez pavimentos e tem capacidade para 7 milhões de livros e documentos, além de contar com um museu e centros de pesquisa.

A reconstrução de Alexandria reforça ainda mais a importância de preservar a memória e os vestígios de um passado repleto de experiências grandiosas.