ILHA DE PÁSCOA

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Ao descobrir uma pequena ilha no meio do Pacífico Sul, no domingo de Páscoa de 1722, o navegador holandês Jacob Roggeveen ficou impressionado.

O que causou espanto foram gigantescas estátuas de pedra, espalhadas pela ilha, todas alinhadas.

Entre os anos de 1100 e 1400, foram construídos quase 900 moais – alguns com mais de 10 metros de altura e pesando dezenas de toneladas.

Escavações já revelaram moais inacabados nas pedreiras onde eram esculpidos. 

Em volta deles, foram encontradas ferramentas simples de pedra com as quais os rapanuis davam forma às esculturas.

Em um dos sítios arqueológicos, descobriu-se até um osso de dedo humano – provavelmente de um operário descuidado, que ignorou as normas de segurança no trabalho.

O que realmente intriga os arqueólogos, portanto, não é exatamente a habilidade dos rapanuis como escultores, mas como carregadores. 

As teorias sobre como estátuas de até 82 toneladas foram transportadas de um ponto a outro são variadas e conflitantes.

Alguns pesquisadores defendem, por exemplo, a ideia de que os monumentos eram deitados e arrastados sobre trilhos de madeira.

Outros acreditam que o deslocamento acontecia com as estátuas na posição vertical.

Não há nenhum registro escrito sobre os rapanuis anterior à chegada dos europeus, ocorrida no domingo de Páscoa de 1722 – daí o nome pelo qual conhecemos a ilha hoje em dia.

Sabe-se, porém, que eles eram comandados por um único líder. A sociedade se dividia em vários clãs familiares.

Entre séculos 16 e 17, antes da chegada dos europeus. Ocorreu um período de guerras entre aldeias.

Quando derrotavam os integrantes de um determinado clã, os vencedores derrubavam os moais do vilarejo inimigo era a maior humilhação que podia ser feita.

Seus integrantes viviam em casas feitas de madeira, palha e folhas secas. 

As estátuas eram construídas em homenagem a alguém importante do clã que havia morrido.

Sua posição era estratégica – sempre de costas para o mar, olhando para o vilarejo – servia para que, direto da outra vida, o morto continuasse a zelar por seu povo.

O fim da civilização rapanui também permanece cercado de mistérios.

Sabe-se que a ilha, embora pequena, chegou a suportar uma população numerosa, de até 15 mil habitantes.

A partir de 1400, a obsessão por moais parece ter passado do limite.

Na disputa para ver quem construía a estátua mais espetacular, os habitantes de Páscoa podem ter promovido um desmatamento hediondo.

De algum lugar eles precisavam tirar a madeira necessária para produzir ou transportar esculturas cada vez maiores, além de construir cada vez mais casas e fazer cada vez mais fogo.

A ilha se encontrava no limite entre o equilíbrio e o colapso em função da pressão populacional. Com sua mata sendo rapidamente destruída, desapareceram todas as espécies nativas de aves.

Com o tempo, também a agricultura não sobreviveu, levando a um processo desenfreado de erosão do solo. Veio a fome.

Em seguida, guerras e até canibalismo. Assim teria chegado ao fim a próspera civilização rapanui.

Fontes: