COLAR ENCONTRADO EM TÚMULO NEOLÍTICO REVELA CULTURA ANTIGA COMPLEXA

De acordo com um estudo publicado na revista de acesso aberto plos one, um colar ornamentado descoberto no túmulo de uma criança na antiga vila de ba’ja oferece novos insights sobre a complexidade social da cultura neolítica.
Ba’ja é uma das maiores aldeias neolíticas na área da Jordânia, cobrindo uma área de 3,7 acres com uma população de até 600 habitantes. Como o local próximo de Basta, o assentamento foi construído em 7000 aC durante o período PPNB (Pré-Cerâmica Neolítica B). As pessoas desta época dependiam mais extensivamente de animais domesticados para complementar sua dieta agrária e caçadora-coletora anteriormente mista.
Os adornos corporais possuem um significado simbólico significativo, transmitindo valores culturais e identidades individuais, tornando-os imensamente valiosos no exame das sociedades antigas.
No estudo, os arqueólogos analisaram materiais que adornavam o corpo de uma criança de oito anos encontrada em um enterro em Ba’ja que continha mais de 2.500 pedras e conchas coloridas, duas excepcionais contas de âmbar, um grande pingente de pedra e um delicado anel de madrepérola.
Por meio de uma análise da composição, artesanato e arranjo espacial desses artefatos, os pesquisadores deduziram que eles já constituíram um colar unificado de várias fileiras que se desintegrou com o tempo. Como parte desta investigação, os estudiosos elaboraram uma reconstrução física do colar original, atualmente exposto no Museu de Petra, no sul da Jordânia.
O colar de várias fileiras, sendo um dos ornamentos neolíticos mais antigos e notáveis, oferece novas perspectivas sobre os costumes funerários de indivíduos que aparentemente detinham status social elevado durante o período neolítico.
Ao reconstruir o colar, os pesquisadores sugerem que os habitantes de Ba’ja tinham um artesanato meticuloso e eram capazes de obter materiais exóticos de regiões distantes. A investigação desse artefato também revela dinâmicas sociais intrincadas entre os membros da comunidade envolvendo artesãos qualificados, comerciantes e indivíduos de alto status responsáveis por encomendar peças tão prestigiosas
Segundo os pesquisadores: “A análise do colar da criança forneceu informações valiosas que aumentam nossa compreensão das práticas rituais e do comportamento simbólico da comunidade de Ba`ja, ao mesmo tempo em que lança luz sobre as capacidades artesanais e econômicas empregadas para servir a essas expressões. Apesar de seu design elaborado, tal colar não foi criado para fins de troca ou comércio, mas fazia parte do enterro da criança, servindo como um testemunho significativo das práticas culturais da época”.