DESCOBERTAS ARQUEOLÓGICAS RECENTES REVELAM NOVOS SEGREDOS DO EGITO ANTIGO

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O Egito Antigo continua a surpreender arqueólogos e historiadores com novas descobertas que ampliam nossa compreensão sobre uma das civilizações mais fascinantes da história. Nas últimas semanas, equipes de pesquisadores egípcios e internacionais anunciaram achados significativos que trazem à luz aspectos inéditos da vida, morte e organização social dos antigos egípcios. Estas descobertas não apenas enriquecem o patrimônio arqueológico do país, mas também fortalecem sua posição como destino cultural global.

Uma das descobertas mais importantes anunciadas recentemente foi a localização de três novas tumbas de importantes oficiais de Estado na necrópole de Draa Abul Naga, em Luxor, datadas do período do Novo Reino (1550-1070 a.C.). Segundo informações divulgadas pelo Jerusalem Post em 27 de maio de 2025, as tumbas foram identificadas através de inscrições encontradas nas câmaras funerárias, revelando os nomes e títulos de seus proprietários. Uma das tumbas pertencia a Amun-em-ipet, do período Ramessida, que trabalhava no Templo de Amon. Embora parcialmente destruída, a tumba preserva decorações mostrando oferendas, procissões de mobiliário funerário e cenas de banquetes.

As outras duas tumbas datam do início da 18ª Dinastia. Uma pertence a um homem chamado Baki, que atuava como supervisor do celeiro de grãos. A tumba de Baki apresenta um pátio que leva à entrada principal e um longo corredor. No interior, há um salão transversal que conduz a outro salão longitudinal, terminando em uma câmara inacabada contendo um poço funerário. A terceira tumba abriga o sepultamento de um indivíduo chamado Es, que ocupava múltiplos cargos: supervisor do Templo de Amon nos Oásis, escriba e prefeito dos oásis do norte. Esta tumba possui um pequeno pátio com um poço, a entrada principal e um salão transversal que leva a um salão longitudinal inacabado.

O Ministro do Turismo e Antiguidades do Egito, Sherif Fathi, classificou a descoberta como “uma realização científica e cultural significativa que fortalece o status do Egito no mapa global do turismo cultural”, destacando seu potencial para atrair mais visitantes interessados na história antiga. “O fato de esta descoberta ter sido feita inteiramente por mãos egípcias reflete as capacidades excepcionais de nossas equipes arqueológicas”, afirmou Fathi, segundo o Al-Ahram. Ele descreveu as tumbas como “janelas para as vidas, papéis e crenças de figuras-chave na sociedade do Egito Antigo”.

Em outra descoberta significativa, anunciada em fevereiro de 2025, autoridades egípcias localizaram um dos túmulos mais procurados da história do Egito Antigo: o de Tutmés II, um dos primeiros faraós da 18ª Dinastia. Conforme reportado pelo portal brasileiro Click Petróleo e Gás, a escavação foi realizada na região de Temas, ao oeste do Rio Nilo, próximo à cidade de Luxor. Apesar do estado de conservação precário, especialistas classificaram o achado como uma das maiores descobertas arqueológicas de 2025, visto que marca a conclusão da identificação dos túmulos reais dessa importante linhagem. O túmulo, com inscrições e artefatos parcialmente preservados, traz novas evidências sobre os rituais de sepultamento do Antigo Egito.

Curiosamente, os restos mortais de Tutmés II já haviam sido localizados no século XIX, transferidos para evitar saqueadores, e estão atualmente expostos no Museu Nacional da Civilização Egípcia. A descoberta atual, no entanto, confirma a localização original de seu sepultamento, preenchendo uma importante lacuna na arqueologia egípcia. Este achado é particularmente relevante para entender a transição de poder na 18ª Dinastia, período que incluiu o reinado da famosa faraó Hatshepsut, que assumiu o trono após a morte de Tutmés II, seu marido.

Além dessas descobertas em Luxor, uma equipe arqueológica egípcia trabalhando na área de Minqab, na Governadoria de Asyut, descobriu um edifício de tijolos de barro datado dos séculos VI e VII d.C. Embora esta descoberta seja do período copta, posterior ao Egito Antigo faraônico, ela demonstra a continuidade da ocupação e a evolução cultural na região. Segundo o Dr. Jamal Mustafa, Chefe do Setor de Antiguidades Islâmicas, Coptas e Judaicas do Conselho Supremo de Antiguidades, o edifício, revestido com uma camada de argamassa branca, consiste em dois níveis e contém murais significativos, incluindo um com simbolismo na arte copta, representando olhos em um padrão repetido com um rosto no meio.

Estas descobertas recentes se somam a uma série de achados arqueológicos que continuam a emergir no Egito, reforçando a riqueza do patrimônio histórico do país. Em janeiro de 2023, o Egito fez várias descobertas perto do templo mortuário da faraó Hatshepsut no complexo de Deir el-Bahari, na margem oeste do Nilo, incluindo tumbas antigas escavadas na rocha e poços funerários datados de 3.600 anos atrás. No final do ano passado, arqueólogos egípcios e americanos escavaram uma tumba antiga contendo 11 sepultamentos selados perto de Luxor, datada do Reino Médio, na necrópole de South Asasif, próximo ao templo de Hatshepsut.

O Dr. Mohamed Ismail Khaled, Secretário Geral do Conselho Supremo de Antiguidades, afirmou que é necessário um estudo mais aprofundado das inscrições de outras tumbas para melhor compreender a identidade dos proprietários. “À medida que o trabalho de escavação e análise acadêmica continua, as tumbas recém-descobertas prometem fornecer informações valiosas sobre o panorama social, administrativo e religioso do Egito Antigo”, concluiu Khaled, segundo o Al-Ahram. Ele indicou que a missão continuará limpando e estudando as inscrições restantes nas tumbas para aprender mais sobre seus proprietários e publicar as escavações cientificamente.

Estas descobertas ocorrem às vésperas da abertura do Grande Museu Egípcio, programada para este verão, embora a data oficial final ainda não tenha sido confirmada. O Grande Museu Egípcio exibirá mais de 100.000 artefatos do patrimônio antigo do Egito, tornando-se o maior museu arqueológico do mundo dedicado a uma única civilização. Este novo complexo museológico, localizado próximo às pirâmides de Gizé, promete revolucionar a forma como o mundo experimenta e compreende o legado do Egito Antigo, reunindo coleções atualmente dispersas em vários museus do país e oferecendo novas perspectivas sobre esta civilização milenar.

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